quinta-feira, outubro 02, 2008

Não me perguntes onde vou


É amargo o sabor desse gesto
Desprendido, com que me tomas
E me largas,
Como se eu não passasse de bonequinha de pano,
Com olhos apenas pincelados
Que nunca choram,
Sem alma e sem coração,
Sem sentimentos,
Sem desejos…

Amei-te mais, demais…
E muito mais
Do que aquilo que sabia do amor.

Deixei-te livre,
Não te atei o dedo
Nem te abracei o corpo.

Tive orgulho de um coração
Estupidamente imperfeito,
Inquieto…
E gritei alto ao vento
E ao mar…

Amei-te mais, demais…
E foi amargo.

Não me perguntes onde vou…
Vera Sousa Silva

15 comentários:

Maria disse...

Minha querida Vera

Nunca se ama demais... porque o amor não tem medida...
Há uma única coisa de que me arrependeo na vida: de não ter amado AINDA MAIS...

Um beijo grande

Maria disse...

claro que queria dizer "arrependo"

:)

vieira calado disse...

;)
Cumprimentos

Anónimo disse...

"Tive orgulho de um coração
Estupidamente imperfeito,
Inquieto…
E gritei alto ao vento
E ao mar…"

"É amargo o sabor desse gesto"

Podia comentar este poema com as tuas palavras, e podia ser assim, mas não porque é um poema que rquer muito mais... Ainda assim deixo apenas uma palavra:
Demais...

Beijo imperfeito

impulsos disse...

Vera
Este até arrepia de tão sentido ser...!
Será que tem eco?
Será que causa impacto?
Pois deveria, no coração de quem dele te fez sofrer...

Beijo

OUTONO disse...

Muito envolvente. Muito ...mesmo.
Espero que não seja o teu estado...

Beijinho.

DBorges disse...

Menina, que lindo texto!

"Como se eu não passasse de bonequinha de pano"
...adorei ler isso!

Menina Marota disse...

Nunca se ama demais...

Ao ler-te recordei Miguel Esteves Cardoso e o seu Elogio ao Amor, de que deixo um excerto:

"...Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?
O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental"."

Uma excelente crónica sobre o Amor que vale a pena ler...

e, como diria O'Neil

"O amor é o amor - e depois?!"

Um abraço ;)

Pedra Filosofal disse...

Nunca se ama demais. Ama-se. E pronto. cada um dos teus poemas é mais lindo que o anterior

Rita Carrapato disse...

Não há medidas para o amor. Não se ama demais. Há, sim, medidas para medir o cinzento que caia as paredes do nosso coração. Mas... por cima do cinzento, um dia, outra cor de luz surgirá.

Deliciei-me a ler mais este seu belo poema.

Beijinhos

Rita Carrapato

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Que doce forma de evocar o amargo de amar demais/amar de menos!

MV

Fragmentos Betty Martins disse...

.querida Vera




amar






_______nem sempre



tem.o.doce____sabor________________[...]








beijO____
bSemana

O Profeta disse...

A poetiza a respirar sublimes palavras...


Doce beijo

Nilson Barcelli disse...

O amor é tão complicado, e ao mesmo tempo tão simples, que é difícil tecer grandes considerações sobre ele, principalmente perante uma situação em concreto como a que muito bem descreves no teu poema.
Amar demais é sempre discutível, mas o teu poema é excelente. Eu gostei imenso.
Beijinhos.

Anónimo disse...

amar nunca é amargo...
porque o amor é doce.
o poema é enorme
parabéns