sábado, julho 04, 2009

Momentos de prazer, vida de dor

Imagem de Isabel Filipe


Foi só uma vez…

Entreguei o meu corpo
Ao prazer do momento
E vida aconteceu
Invadindo-me o ser
E arruinando-me a existência,
Deixando-me podre,
Cansada,
E guardiã
De infecções oportunistas.

Foi só uma vez…

Partilhei a seringa
Repleta do branco
Que me alucinava a vida
E a tornava mais fácil,
Com o meu melhor amigo,
Num beco limpo
Da nossa secreta intimidade.

Foi só uma vez…

Eu zelava por mim
Com desvelo e lucidez
Mas achava-me imune…

Foi só uma vez
E aconteceu…

Vera Sousa Silva

13 comentários:

Maria disse...

Não consigo comentar, Vera.
Desculpa...

Beijos

FERNANDINHA & POEMAS disse...

QUERIDA VERA, DÍFICIL FAZER QUALQUER COMENTÁRIO... DESEJO-TE UM BOM FIM DE SEMANA!!!
ABRAÇO-TE COM CARINHO E TERNURA,
FERNANDINHA

Anónimo disse...

esta visto e comprovado
que nem por uma vez que seja
temos que ter muito muito
cuidado sempre
bonito e arrepiante
um beijinhoda manocas chau

irineu xavier cotrim disse...

qualquer mandeira de escrita vale a pena- melhor que nada fosse

Mar Arável disse...

Há sempre uma vez

menos para o pricipicio

Bjs

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Vera

Palavras de dureza num poema poderosíssimo.

O peso de "Foi só uma vez..." na vida de todos. Tantas vezes, essa vez (boa ou má) se torna a sombra de uma vida.

Beijinho grande

MV

Daniel Aladiah disse...

Querida Vera
Espero que seja só a expressão dramática de algo que pode acontecer a todos, e não a tua vida.
Um beijo
Daniel

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Uma pausa nas férias... e apenas de passagem para desejar aos meus amigos um óptimo fim de semana.

beijinho

Sofá Amarelo disse...

Allo, quando voltas?

Muitos beijinhos! Saudades!!!

VFS disse...

no universo das probabilidades
acontece a insensatez da imunidade.

basta uma vez

OLHAR VAGABUNDO disse...

e foi...

beijo vagabundo

Anónimo disse...

este texto é muito actual e deve ser exemplo para reflexão, foi só uma vez mas pode também ser a ultima, ainda bem que a escrita tem poder o poder de nos guardar dos falsos paraisos e nos tornar fortes e lucidos para não julgar, para não dizer é com os outros, acontece a eles, mas na nossa vida limpinha pode haver sujidade, a fragilidade que pode estar na intenção do mais puro e sincero amor. Este poema fez-me ver que é preciso estar alerta, o amor também precisa de atitude ou pode ser uma bomba a rebentar nas nossas mãos.
beijo lobo

Lamartine DIas disse...

Nunca vi abordar um tópico deste sob a forma de poesia. Realmente estas de parabéns!!!