segunda-feira, maio 10, 2010

Morte fardada



A farda manchada de sangue
Jaz morta na calçada
Onde os passos velozes do inimigo
Ainda ecoam.

A justiça está cega
E a viúva cobre-te as manchas de suor
Com lágrimas amargas.

O órfão não entende
Porque não o abraças.

O Povo lamenta a morte de mais um polícia,
Reclama por mais segurança
Enquanto coloca velas
Que ardem e se apagam,
Quase tão depressa como a memória
De mais uma morte em serviço.

Vera Sousa Silva


6 comentários:

O Puma disse...

estamos aqui

Daniel Aladiah disse...

Querida Vera
Tirar a vida a alguém por nada, porque se tem medo, porque se é desajustado social ou psicologicamente... acontece, infelizmente.
Um beijo
Daniel

Maria Manuela Amaral disse...

A poesia é a tua arte! Mas tens outras escondidinhas...

E eu espero por elas, serenamente...

Obrigada pela visitinha e palavras bonitas, como sempre.

A propósito, tens vestido o teu vestido vermelho? Ou mudaste de cor?

Mil beijinhos ternos*
Manuela

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um poema muito forte!

um beij

Daniel Aladiah disse...

Querida Vera
Lamentável, mas próprio do risco da profissão. Já comentei este post, se bem me lembro...
Um beijo
Daniel

Mel de Carvalho disse...

Tão difícil entender porque se tem de perder a vida desta forma.

Minha amiga, haja quem lembre estas mortes e as lágrimas daqueles que os amavam.

Beijo saudoso
Mel