domingo, julho 24, 2011

Dizias...



Tu dizias
(e eu, menina, acreditava)
que o equilíbrio da Terra
segurava o Sol
com a força do Amor.

Dizias, sorrindo,
que semeando eu colhia
e valia a pena, se valia,
esperar!

Dizias, tanto dizias,
que o caminho da felicidade
era enfeitado de pedras,
mas caminhando
(suavemente, sem pressa)
no fundo da estrada
o chão era macio.

Dizias, dizias-me...
Tanto me falavas da esperança
e do amanhecer sublime,
do feitiço do desejo
e da beleza da vida,
da ânsia do corpo
e da loucura da mente,
do amor que teria...

Dizias...
E eu, menina, acreditava
no que dizias.

Hoje sou apenas Mulher!


Vera Sousa Silva

5 comentários:

Claudio Sousa Pereira disse...

Com um ótimo encadeamento e fluidez, Vera consegue conjugar o verbo poético, na sua vertente intimista-romântica de forma convincente. O sujeito lírico que de tanto esperar, quando ainda imatura para o amor e amar transmuta em mulher, a palavra única em sugerir a maturidade e a superação da situação. Saudades... preciso conversar contigo... Beijos e saudações de Claudio.

Célia Gil disse...

Adorei o poema, cheio de musicalidade e harmonia de palavras e ideias! Bjs

Manuel Veiga disse...

uma cascata de imagens poéticas!
poesia genuina, como a água mais pura.

beijo

Fillipa disse...

Oi, gostei muito do seu blog :}
Estou te seguindo de possivel, passe do meu para conhecer um pouco..
Beijos

Mar Arável disse...

... e já é tanto.