sábado, novembro 08, 2008

No vazio da madrugada



Não é o frio de Inverno

Que me gela a alma,

Nem a chuva gelada

Que me cai no rosto,

Como quem se lava de sentimentos agrestes,

Capazes de ferir muito mais que o corpo.


Fiquei só,

Deixaste-me só,

No vazio da madrugada,

Que chorou baixinho, comigo.


Nem sequer olhaste para trás...

Não me olhaste nos olhos.


A ausência dos teus abraços

Torturam-me e gelam-me.

Não choro por ti,

Mas por mim.


Nunca deveria ter-te sorrido,

Nem passar-te a mão pela face,

Como quem entende.


Se nunca entendi…
Vera Sousa Silva

8 comentários:

Maria disse...

Os dias cinzentos acinzentam-nos um pouco... mas amanhã será um dia de sol (no princípio era o sol), e tu vais sorrir muito...

Beijinhos, Vera

Anónimo disse...

de uma profundidade atroz... só comparável a sua beleza poética

imprime uma dinâmica sentimental que obriga-nos a sentir

a desejar, a ler como se fosse nosso… sublime!

esplêndido

abraço

António

José Leite disse...

Quantos «vazios» andam por aí na ânsia de serem preenchidos?!

Gostei sinceramente da profundidade e do ardor poético plasmado neste poema!

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

NO seu poema senti o frio, um frio a gelar sentimentos. Mas... aqueceu-se-me o sorriso ao ler tão lindas palavras.

Beijinhos

MV

Manuel Veiga disse...

poema muito belo. terno e doce...

beijos

mundo azul disse...

...é! Por vezes, parece que o carinho foi desperdiçado...


Muito bonito, Vera!


Beijos de luz e o meu carinho...

© Piedade Araújo Sol (Pity) disse...

um poema tão belo e no entanto triste.

gostei de ler.

beij

Pedra Filosofal disse...

Quando o dia nascer, vais ver que a madrugada deixa de estar fria. E que irás deixar de chorar