Tu dizias
(e eu, menina, acreditava)
que o equilíbrio da Terra
segurava o Sol
com a força do Amor.
Dizias, sorrindo,
que semeando eu colhia
e valia a pena, se valia,
esperar!
Dizias, tanto dizias,
que o caminho da felicidade
era enfeitado de pedras,
mas caminhando
(suavemente, sem pressa)
no fundo da estrada
o chão era macio.
Dizias, dizias-me...
Tanto me falavas da esperança
e do amanhecer sublime,
do feitiço do desejo
e da beleza da vida,
da ânsia do corpo
e da loucura da mente,
do amor que teria...
Dizias...
E eu, menina, acreditava
no que dizias.
Hoje sou apenas Mulher!
Vera Sousa Silva