domingo, outubro 26, 2008

Momento



É aqui, na escuridão da noite, que encontro o meu caminho.

Iluminada pela lua, seguindo o rasto das estrelas cadentes, e com o silêncio roçando-me a alma, ao de leve.

Vem! Segue-me!

Não digas nada. Sente apenas...

Dá-me a tua mão e fecha os olhos. Fica assim, nesta quietude da noite. A nossa noite!

Pousa suavemente a tua mão esquerda no meu peito. Sentes? É teu este coração que bate amenamente, e, no entanto, com a força brutal deste amor que te tenho. Nasceu amando-te, e só agora te encontrou!

Respira profundamente e relaxa. Inspira a felicidade do momento. Quando acordares, na tua vida, no teu destino, esquecerás tudo isto. Mas o momento, o nosso momento, ficará para sempre!

Fecha os olhos... Sente! Lembras-te agora?
Vera Sousa Silva

domingo, outubro 19, 2008

Amante sensual

Abre a boca

E devora-me a língua

Em gestos soltos e precisos

Como se não te chegasse o tempo

Para me amares com loucura.

Enrosca-te nas minhas coxas

E prova o meu néctar de mulher.

Deixa-me gritar

E leva-me ao céu,

Entra em mim

Profundo,

Em movimentos perfeitos

De amante sensual,

E no fim

Sacia-me a sede

Do teu vigor.


Vera Sousa Silva

terça-feira, outubro 14, 2008

Alma Gémea

A noite ruiu nos meus olhos e a escuridão entrou-me no coração.

Tantos seres procuram uma vida inteira a alma gémea, aquela que nos completa, nos transforma, que nos adivinha os gestos e os desejos mais íntimos. Há quem nunca a encontre, ou se canse de procurar. E há seres como tu que, a troco de uma integridade absoluta que existe apenas aos teus olhos, são cegos. Têm na palma da mão o que uns buscam sem cessar e mesmo assim sacodem e repudiam o que lhes poderia dar a felicidade plena.

Sempre estive aqui e nunca me viste. Sempre te amei e nunca quiseste conhecer o verdadeiro amor.

Beija-me! Beija-me docemente ou dá-me um beijo brutal… Vais sentir quem eu sou. Beija-me!

A noite ruiu nos meus olhos e perdi os sonhos. Perdi-os? Não… Afinal nunca os tive. Foram meras ilusões. Falsas, como é falso tudo o que sonhas que existe no teu mundo.

Quando virás? Não sei… Nem sei se estarei ainda aqui… Talvez tenhas ainda tanto para aprender que nesta vida será tarde. Tarde demais para nós dois.

A escuridão entrou-me no coração e já não sei se será capaz de acender a luz da alma.


Vera Sousa Silva

segunda-feira, outubro 13, 2008

Parabéns PAI


Ter-te comigo, Pai,
É ter a quente luz do Sol
E ser a dona da Lua.
É navegar na ondulação do Mar
E poder tocar o Céu.
É conhecer a Alegria
E partilhar o teu Sorriso,
Sempre sábio,
Sempre presente.
Ter-te como Pai,
É saber o significado
Da Palavra AMOR!
***
PARABÉNS PAIZINHO,
pelos teus 77 aninhos.
Adoro-te muito e todos os dias me orgulho de ti!

sábado, outubro 11, 2008

O Grito


Tenho o grito preso na garganta,

Cravado no peito

Que inflama de dor.


Criei um mundo imaginário,

Tão meu, tão nosso,

Tão perfeito.


Ruiu no grito

Que não dei,

Rolou na lágrima

Que chorei

E ficou ali...


Cravado no peito!
Vera Sousa Silva

quinta-feira, outubro 02, 2008

Não me perguntes onde vou


É amargo o sabor desse gesto
Desprendido, com que me tomas
E me largas,
Como se eu não passasse de bonequinha de pano,
Com olhos apenas pincelados
Que nunca choram,
Sem alma e sem coração,
Sem sentimentos,
Sem desejos…

Amei-te mais, demais…
E muito mais
Do que aquilo que sabia do amor.

Deixei-te livre,
Não te atei o dedo
Nem te abracei o corpo.

Tive orgulho de um coração
Estupidamente imperfeito,
Inquieto…
E gritei alto ao vento
E ao mar…

Amei-te mais, demais…
E foi amargo.

Não me perguntes onde vou…
Vera Sousa Silva