quinta-feira, novembro 22, 2007

Sou Estrela...

Sou estrela que segue caminho errante
E que no negro céu anda perdida,
Suspensa, sem o brilho do diamante,
Luz que se foi e ficou esquecida.

Luar opaco, outrora brilhante,
Ilumina meu céu, aquece-me a vida.
Dá-me, mesmo que por um instante,
Motivo que veja como te sou querida.

Entrego à escuridão, com desalento,
Minha alegria e vontade de viver
E sou feliz, por um momento...

Mas põe-se o sol, deixo de ver,
Cega-me o brilho baço, sonolento,
Ainda sou estrela, apagada, sem querer...

Vera Silva

quinta-feira, novembro 15, 2007

Sigo os teus passos


Sigo os teus passos, ardente, segura,
Envolvida neste enorme desejo
De te agarrar e num beijo
Soltar toda esta loucura.
Os lábios tremendo, excitados,
A boca seca, angustiada,
A pele doce, arrepiada,
Nossos corpos embrulhados.
Num ímpeto prendes-me os pulsos,
Apertas-me contra a parede
E matas-me esta sede
Em fortes e profundos impulsos.
Perdida na minha vontade,
Entrego-me, sem me debater,
E ansiosa neste querer
Acordo para a realidade.

Vera Silva

quarta-feira, novembro 07, 2007

Ontem julguei-te meu...


Ontem julguei-te meu...
Ri-me dos que sofrem
Por não terem quem os ame,
E brindei com o mais caro champanhe
À alegria sadia
De um amor correspondido,
Secretamente.
Aplaudi de pé
Todas as amizades conquistadas
E gritei ao vento
"- Sou Feliz!"
Hoje acordei...

Vi que o amor não existe!
Não passa de uma palavra Inventada por poetas
Para terem o que escrever
Quando a inspiração os abandona.
Senti que apenas sopra o vento outonal
E que dentro de mim
Há apenas espaço
Para o vazio agreste
Que inultilmente
Me apulhala o coração ensanguentado.

Ontem julguei-te meu...
Porque sonhei!

Vera Silva