domingo, janeiro 28, 2007

Voa, voa!


Voa, meu amor voa!
Abre as asas ao vento…
Ficarei eu chorando,
Contigo no pensamento.

Voa, agora livre, vai!
Descobre a terra e o mar…
As saudades ficam comigo,
As lágrimas vão-me amparar.

Voa, agora com a tua alma,
Que tanto me amou em vida…
Eu aceno-te com o lenço
Nesta triste despedida.

Voa, meu papagaio lindo!
Beija as estrelas por mim…
Eu sei que me esperarás
Quando eu chegar ao fim.

Voa, voa Louro!

sexta-feira, janeiro 19, 2007

Mendiga


Quando a noite cai sobre mim
Deito-me envolvida pela escuridão,
Tapada com o manto das estrelas,
Contemplando a lua com emoção.

No meu rosto, o véu da melancolia,
Com lágrimas que correm perdidas…
Sou apenas mais um número,
Estatística de pessoas esquecidas.

Quem passa, finge que não me vê,
Sou vagabunda transparente…
Se tenho fome ou sinto frio,
A todos é indiferente.

Sem roupa decente para vestir,
E mais parecendo um espantalho,
Ninguém me abre uma porta,
Como vou eu arranjar trabalho?

De dia ando pelas ruas,
Pedindo, com um pouco de esperança,
Sendo animada por vezes
Pelo sorriso de uma criança.

Já um dia fui feliz
E passei pelos outros sem os ver.
Mal sabia eu que me esperava
Ficar na rua, tudo perder.

segunda-feira, janeiro 15, 2007

Dá-me a tua mão


Amor, dá-me a tua mão,
Vamos correr pela areia molhada…
Banhar nossos corpos nas ondas,
Até chegar a lua dourada
E invadir a noite de sombras.

Amor, dá-me a tua mão,
Vamos passear naquele jardim…
Ouvir os pássaros nos ninhos,
Ver as flores com pétalas de marfim,
Enquanto partilhamos carinhos…

Amor, dá-me a tua mão,
Vamos deitar-nos naquele verde campo…
Esperar, até o sol, enfim, se pôr,
Para encher nossos olhos de encanto,
Enquanto trocamos juras de amor.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Pátria


Ai! Se eu pudesse fazer ouvir a minha voz,
Gritar bem alto o que Portugal sente…
Choraria lágrimas de sangue por todos nós,
Portugueses, tratados como se não fossem gente.

Desemprego, impostos, suborno, corrupção,
São agora o pão nosso de cada dia.
Esmagam-nos a alma e o coração,
Roubam-nos toda a nossa alegria.

Estes homens que governam o país
Ambicionando apenas enriquecer,
Arranjam tachos e ainda se diz
Que tudo fazem para o povo não sofrer.

Quem dera haver um dia um Presidente
Que viesse acabar com todo o nosso mal,
Com justiça levar o país em frente,
Erguendo de novo a bandeira de Portugal!

sexta-feira, janeiro 05, 2007

Jeito de Amar


São gotas de água que caem
E lavam a alma da gente,
Os nossos pecados saem
Branqueando o coração que sente.

Coração infiel que dói
Alimenta-se de tórrida paixão,
Que a nossa alma mói
Fazendo perder a razão.

Abandona-nos a lucidez,
Em troca de tanto sofrer.
Mas, mal nos erguemos outra vez,
Já estamos de novo a querer.

Amor! Louco sentimento!
Não o entenderei jamais…
Faz quem ama perder o tento
E amar sempre demais!