Sigo os teus passos, ardente, segura, Envolvida neste enorme desejo De te agarrar e num beijo Soltar toda esta loucura. Os lábios tremendo, excitados, A boca seca, angustiada, A pele doce, arrepiada, Nossos corpos embrulhados. Num ímpeto prendes-me os pulsos, Apertas-me contra a parede E matas-me esta sede Em fortes e profundos impulsos. Perdida na minha vontade, Entrego-me, sem me debater, E ansiosa neste querer Acordo para a realidade.
Ontem julguei-te meu... Ri-me dos que sofrem Por não terem quem os ame, E brindei com o mais caro champanhe À alegria sadia De um amor correspondido, Secretamente. Aplaudi de pé Todas as amizades conquistadas E gritei ao vento "- Sou Feliz!" Hoje acordei... Vi que o amor não existe! Não passa de uma palavraInventada por poetas Para terem o que escrever Quando a inspiração os abandona. Senti que apenas sopra o vento outonal E que dentro de mim Há apenas espaço Para o vazio agreste Que inultilmente Me apulhala o coração ensanguentado.