Sou estrela que segue caminho errante
E que no negro céu anda perdida,
Suspensa, sem o brilho do diamante,
Luz que se foi e ficou esquecida.
Luar opaco, outrora brilhante,
Ilumina meu céu, aquece-me a vida.
Dá-me, mesmo que por um instante,
Motivo que veja como te sou querida.
Entrego à escuridão, com desalento,
Minha alegria e vontade de viver
E sou feliz, por um momento...
Mas põe-se o sol, deixo de ver,
Cega-me o brilho baço, sonolento,
Ainda sou estrela, apagada, sem querer...Vera Silva
Sigo os teus passos, ardente, segura,Envolvida neste enorme desejoDe te agarrar e num beijoSoltar toda esta loucura.Os lábios tremendo, excitados,A boca seca, angustiada,A pele doce, arrepiada,Nossos corpos embrulhados.Num ímpeto prendes-me os pulsos,Apertas-me contra a paredeE matas-me esta sedeEm fortes e profundos impulsos.Perdida na minha vontade,Entrego-me, sem me debater,E ansiosa neste quererAcordo para a realidade.
Vera Silva
Ontem julguei-te meu...Ri-me dos que sofremPor não terem quem os ame,E brindei com o mais caro champanheÀ alegria sadia
De um amor correspondido,Secretamente.
Aplaudi de pé
Todas as amizades conquistadasE gritei ao vento"- Sou Feliz!"
Hoje acordei...Vi que o amor não existe!Não passa de uma palavra Inventada por poetasPara terem o que escreverQuando a inspiração os abandona.Senti que apenas sopra o vento outonalE que dentro de mimHá apenas espaçoPara o vazio agresteQue inultilmenteMe apulhala o coração ensanguentado.
Ontem julguei-te meu...Porque sonhei!
Vera Silva