
Dominas-me voraz
Sem que entenda o sentido
Dos versos que trazes
Na boca que beija
Em carícias longas
O brilho do sol.
Sou apêndice sôfrego
De um poema.
Pacifico-me na tua voz
Que embala o desejo
De ser letra do teu corpo,
E rasgo a folha imerecida
Que te sustém,
Com a fúria decomposta
Da improbabilidade
De te possuir.
Contempla-me
Na prateleira exposta
No extremo do segmento.
Sou matéria invisível
Dos teus propósitos.
Vera Sousa Silva