sexta-feira, maio 22, 2009

Coberta de negro


Cobre-se de negro a face pálida…
Perdem-se as palavras
No vazio do silêncio,
E escondem-se as mãos
Em bolsos sem fundo,
Algemadas pela dor da saudade.

Acorrentam-se sentimentos
A sombras tenebrosas,
Omitem-se palavras e gestos
E esvazia-se a alma em chamas
Num
vácuo obscuro
Onde nem a luz penetra.

Vem a morte deitar-se na cama
Tomando o ensejo da cobiça.

Deixo-me estar, invadida e resoluta,
Até que me sorva integralmente,
Sem contestar,
Embriagada pela condolência
E navego no instante da futilidade
Intoxicada pelo teu veneno.

Sou perversidade sem palavras
Exigindo a morte silenciosamente.


Vera Sousa Silva


12 comentários:

Unknown disse...

muito bom seu post...
Abraço

Sonia Schmorantz disse...

Carinho é plumagem bonita, macia, gostosa de sentir.
Quem dá afeto se fortifica; quem o recebe se acalma,
se tranqüiliza, se equilibra.

Um ótimo final de semana, com muito carinho.
Abraço

vieira calado disse...

Acho o poema um pouco pessimista.
Mas a poesia não tem fronteiras.

Beijinhos

OUTONO disse...

Há uma tristeza "triste"...neste vaguear de palavras sombras.
Há, como sempre uma construção fabulosa de um enredo mestre.

Beijinho

A.S. disse...

Vera...

Há venenos sem antidoto... esses que nos levam as palavras e nos alimentam o extase!...

Lindo o teu poema!


Doces beijos!

Betha M. Costa disse...

Vera,
Poema denso de sentidos e sensações, com imagens poéticas maravilhosas. Lindo, minha linda!
Bjins, Betha.

Nilson Barcelli disse...

Se eu não sentisse a ficção no teu poema iria já ligar para o 112...
Querida amiga, mais um excelente poema. Parabéns.
Boa semana, beijo.

Maria disse...

Belíssimo o teu poema, Vera...

Beijinhos

Anónimo disse...

deixas-me a pensar
bonito
da manocas chau

Anónimo disse...

esqueci de mandar
um beijooooooooooooooo
da manocas chauuuuu

jorge@ntunes disse...

preversamente...palavras...

Anónimo disse...

De visita ao belo blog de uma poetisa que muito admiro.

Bjos.

Giraldoff