sexta-feira, abril 03, 2009

Afectividade


Há poemas que me beijam
Entre focos de luz intermitente
Do meu sentir resignado,
E bocas silvestres que acompanham
O corpo sedento de versos
Macerados nos meus refúgios.

Há magias fingidas nos teus traços
Que me iludem e me vergam
Em vénias largas
Esculpidas no meu sentir.

Tombo-me, apagada,
Pelo riso dos teus olhos,
Enganosos,
Como os segundos da espera
Que não bate à minha porta,
E mesmo assim me rasga.

Como se fosse capaz de me amar!

Não quero o concreto do teu toque
Nem a aspereza do teu coração.

Quero efectivamente a afectividade
Suprema da poesia
Expelida dos teus versos.


Vera Sousa Silva

2 comentários:

Marta Vasil (pseud.de Rita Carrapato) disse...

Vera

Adorei este teu poema onde a subtileza marca presença; é ao mesmo tempo muito profundo nas formas de se vivenciar a afectividade.

Um beijo de grande afecto

MV

Juani disse...

sutiles y suaves palabras llenas de sentimientos, precioso vera
me gusto mucho
saluditos domingueros